Sunday, October 29, 2006

El Amor Después del Amor


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O tempo passa e transforma os amantes de outrora em pessoas naturalmente estranhas. Principalmente quando o ponto motor de tudo é a desilusão.

Algo como “aquele alguém que eu conhecia está morto”, submerge no reconhecimento do que foi e é.

Diferentemente de quando se nutre sentimento de raiva, dor ou algo que moleste a ponto de se intentar rematar o puzzle embaralhado, com ou sem guerrilha.

O outro só morre quando não se fala da ferida com dor, quando os pormenores do que se passou deslizam ao lado de forma natural, e não tornam cenas e detalhes com a singularidade do momento vivenciado. Continua-se gostando das mesmas coisas, porém, sem a particularidade que o romance conferia.

Acredito indubitavelmente que a adaptação seja possível a todos que acatam essa morte. Nada, nem ninguém é insubstituível, tirando-se laços de consanguinidade, pelos óbvios motivos.

Quando se sofre por amor, é preciso permitir que a ferida se cure. É como morrer junto, mas depois da morte, regressar do inferno à vida quando esta nos puxa o tapete, acreditando no porvir.



Como diria Fito Páez:

“…el perfume que lleva al dolor

en al esencia de las almas

en la ausencia del dolor…”

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Friday, October 27, 2006

Água

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Água - Jarabe de Palo - Ouça aqui - ........

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Cómo quieres ser mi amiga
si por ti daría la vida,
si confundo tu sonrisa
por camelo si me miras.
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Razón y piel, difícil mezla,
agua y sed, serio problema.
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Cómo quieres ser mi amiga
si por ti me perderia
si confundo tus caricias
por camelo si me mimas.
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Pasión y ley, difícil mezcla,
agua y sed, serio problema...
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Cuando uno tiene sed
pero el agua no está cerca,
cuando uno quiere beber
pero el agua no está cerca.
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Qué hacer, tú lo sabes,
conservar la distancia,
renunciar a lo natural,
y dejar que el agua corra.
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Cómo quieres ser mi amiga
cuando esta carta recibas,
un mensaje hay entre líneas,
cómo quieres ser mi amiga...
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Tuesday, October 17, 2006

Inverno


A racionalização de tudo é promotora quase que exclusiva da frieza de acções.

Erro inconsequente transportá-la para as relações pessoais quando se espera uma vida salpicada de vermelho ou cor-de-rosa… E torna-se inevitável quando o lado esquerdo do cérebro coloca-se em funcionamento.

Tudo acontece mecânico, carnal.

Uma tempestade de pensamentos lógicos e estratégias inundam o que era pra ser simplesmente sonhado e vivenciado sob notas de allegretto.

Enquanto a jovialidade e inocência são conservadas, o encantamento ainda é possível.

Quando se descortina a ingenuidade destapando a realidade dos factos, uma cara bonita e o sorriso fácil deixam de ser suficientes. Abre-se a maratona de selecção e quanto mais se está atento, menor a chance de conclusão do que quer que seja.

Esperar pelo que então? Já não há saída?

Sim. Há que transcender expectativas, exceder o natural, o químico, físico, psicológico, biológico (e tudo mais que termine com “ógico”), sob o olhar de quem ama o feio. E é assim que todos os pormenores se vulgarizam diante da insensibilidade adquirida.

E, sinceramente para que isso aconteça e dure, tem de ser ESPECIAL. Não menos que isso.




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Monday, October 16, 2006




"Odeio quem me rouba a solidão sem verdadeiramente oferecer companhia. "



- Nietzsche -





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Thursday, October 12, 2006




Existem lugares e cenas que não serão esquecidos, e jamais apagados da mente… Serão eternizados pelo simples motivo das circunstâncias.





Fecho os olhos… lembro, revivo.


O cheiro, o gosto e as personagens que acompanham… Momentos… Imagens que falam por si só.

Veio-me à cabeça a sensação de descoberta e conquista de quando era pequenina e viajava com o rosto colado ao vidro do carro olhando as estrelas. Mundo magnifico! Existia muito mais do outro lado sob o mesmo cenário iluminado que eu ainda não conhecia, mas tinha a certeza de que ainda seria por mim contemplado.

Me peguei 20 anos mais tarde com o rosto colado ao vidro do carro na volta da viagem, sob o mesmo céu estrelado e namorando-o de outro ângulo. Senti que tudo que imaginei foi possível, e de forma mais especial ainda.

Desta vez o olhar não foi de descoberta, mas realização!

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