Monday, September 17, 2007

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...but I'm a creep, I'm a weirdo.





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“Mordhormones”

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Consigo ficar mais insuportável ainda na maldita TPM!!!

A coisa vai a tal nível, que nem eu me suporto. Consigo me irritar mesmo trancada e sozinha em casa.

A merda é que nao bastasse estar insuportável, ainda consigo me sensibilizar ao extremo. Nesses momentos, a morte de uma formiga pode desencadear lágrimas. E é o que me irrita mais! A dicotomia entre “a que odeia” e “a que sofre”.

É o dia em que detesto quem vejo no espelho.

É a pior época em que qualquer pobre mortal poderia querer negociar o que quer que fosse, pois de certeza não conseguiria um ponto seu benefício e que me persuadisse. Quem trabalha comigo sabe, sente...

O que me deixa furiosa é não ter o controle de racionalizar as situações. Odeio histeria, portanto quando fico assim, seguro a fúria e me mantenho fria -o que me torna malvada- e consequentemente com isso, esqueço da palavra “perdoar”.

... Sei bem porque vivo só. Os papéis de chapeuzinho vermelho ou princesa nunca me cairiam bem.

Acho que o Lobisomen foi inspirado numa mulher com TPM.

Olho pra dentro e vejo este ser terrível. Mas não me lamento, “a culpa é sempre do mordomo”.




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Thursday, September 13, 2007


Dedilhar... o quanto vale? Não vejo mérito em dar-me a conhecer.

Nunca gostei de sessões de análise por não concordar com descrições de um outro eu sentenciado por um profissional que assim o faria metodicamente. Então pq já fui? Simples: praticidade e DESCOMPRESSÂO. Cobras e lagartos sempre é bom soltar, e quando não se tem um blog, facilita muito mais pagar alguém pra ouvir.

Minhas conjecturas correm soltas, do disparate ao irrepreensível. Sem nexo, nem eira nem beira, concretizam o que seria íntimo. Aqui, permito a algumas que tornem-se públicas.

Mas a verdadeira essência, essa não. Ficariam a saber mais de mim do que eu. E sempre sei um ponto à frente. O suficiente para não estar em outras mãos que senão as minhas.






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Wednesday, September 12, 2007

E lá pelas tantas...

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- L.H., "no way". Me recuso terminantemente a andar toda essa distância diáriamente!

- Pois, teus saltos altos não permitem...

- Limitações, meu caro... Putz! Lembrei agora que não sei nadar.

- E digo-te mais: Não sabes voar!!!! Já te esqueceste?! HAHAHAHA



Na iminência de me resignar, lembrei de alguém:







Ps- Grazie R. (ainda não negociamos o copyright, mas tive de relatar hehehehe)









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Sunday, September 09, 2007

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Descortinar um doce inconsciente provoca a fluência dos sentidos,
ainda mais quando este aguça a faculdade do pensar...











Esbarrei num intrigante,
digno de interesse.










...Gostinho de quero mais.









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Saturday, September 08, 2007

Special Place




À espera do 25 - em frente à estátua - ali mesmo.

Remetida àquele dia, te encontrei na memória. Coração disparou.

Lapsos de um dia corrido... saudades, levezas e sorrisos concederam a certeza do querer.



"Ich mag dich so sehr, häschen"






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¿ Que hacer ?

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"tú lo sabes,
conservar la distancia,
renunciar a lo natural,
y dejar que el agua corra"

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Thursday, September 06, 2007

SISSI, ESSE É PRA TI:




"Príncipe encantado só havia um
e a Cinderela já ficou com ele!"







*que tal olhar ao lado?

hahahhahaha



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Wednesday, September 05, 2007

AGUA Y SED






"Cuando uno tiene sed
pero el agua no está cerca,
cuando uno quiere beber
pero el agua no está cerca"





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Monday, September 03, 2007



huaaaa hua huaaaaaaaaaa
(risada maléfica)



Sabotando o meu poder de autodestruição!





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E eu, há uns anitos atrás, na busca pela perfeição...

Que tortura para meus padrões!

Depois de alguma introspecção e uns tropeços por aí, fez-se luz! Criei o “Paradigma Holístico do Aparadigma” (ou nãoparadigma, para quem assim quiser). É meu, portanto uso como quiser e ninguém tem nada a ver com isso.

Pois é... meus modelos se foram, e só restou o bom-senso, (que já é pra lá de “non-sense”, diga-se de passagem).

E diferentemente do que diz minha sábia avozinha: “Menina, isto está bom, pois quem ama o feio, bonito lhe parece”, o estudo de fundamentação teórica que me alicerça é embasado em uma única vertente: Alcançar a satisfação desoprimida, não o contentamento.

Na prática, tenho me surpreendido. Incontáveis são as vezes que tiro algo maior de onde julgo vir o mediano.

E todas essas surpresas são convertidas em FELICIDADE.

...wow estou perplexa! Achei o caminho!

Sunday, August 26, 2007







"Quem se apaixona por si mesmo não tem rivais"






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Sunday, August 19, 2007

3








3 segundos.

Olhar vidrado. Instantes exatos para ter na totalidade a compreensão, quando a pupila fica à mostra.

Imagem captada, os ponteiros se movem contando o tempo de processar.

Correndo nas veias, obstante às informações para o óbvio ofício dos neurônios, vão camufladas minúsculas pontas de alfinete.

Cérebro lateja quando o olho da alma se abre...

... É.

Anúncio explosivo que nos tira a cegueira, automaticamente convertido em auto-defesa -graças ao bom senso do criador disso tudo- É o que nos garante a sobrevivência. Nos obriga correr ou armar.

Grandiosa duração, destes ínfimos segundos.

O prenúncio da dor nos desperta, bem como o anunciar de bem-estar se faz relaxante, adormece.

São similutides inversamente proporcionais. Sonho e realidade assumem planos paralelos. Nunca convergem, no máximo, se refletem.

3 segundos. Pálpebras se abrem, e já se vê o outro lado do espelho.







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Thursday, June 28, 2007

... give me the words


Nouvelle Vague - In A Manner Of Speaking




"In a Manner of speaking
I just want to say
That I could never forget the way
You told me everything
By saying nothing"

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Tem gente que se alimenta da luta. Tem alma que vive de guerra.

Já cruzei os braços para assistir, ao invés de correr em detrimento de demonstrar força frente a uma lança - Gastos de energia -

Prefiro ser nutrida intelectualmente enquanto expectadora. Ao passo que suam a camisa a desembainhar a espada, quero antes levantar a bandeira branca.

Chega. Meus neurônios (os poucos que ainda valem), só têem se movido pelos meus
-que de mim precisam- e pelo que me cabe. O resto do Mundo não me pertence e não vou travar conflitos em busca de conquistas ou insolências.

Volto as costas lentamente e caminho impassível. Já não tenho dor, já nem percebo as cicatrizes dos velhos tempos. Já não tenho sequer motivos.

Quero PAZ.
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Wednesday, June 27, 2007

Return







Já li estas páginas...
Também já as virei.

Voltei a ler.

Incrivelmente, sempre tem-se uma compreensão mais apurada de desfechos aquando de um segundo olhar.

É a vida, e volto a dizer: O Eterno Retorno Nitzscheano.

Seria estúpida em maldizer e maldizer... Na verdade, faz-se aí a minha idade. Velha, para me assustar. Nova, para anestesiar.

E roda... e roda...

Só uma coisa muda. O tempo. Vai mais rápido. E percebi que só serei capaz de transcendê-lo, quando já o vir à velocidade do som.

Ignóbil condição.







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Wednesday, May 30, 2007

Deixo a onda me acertar...




"Quando vejo o mar, existe algo que diz:
- A vida continua e se entregar é uma bobagem
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- Ei, olha só o que eu achei: cavalos-marinhos
Sei que faço isso pra esquecer
Eu deixo a onda me acertar
E o vento vai levando tudo embora"
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Tuesday, May 29, 2007

Thursday, May 03, 2007




NÃO




Qual o segundo significado desta palavra, que a mim é irreconhecível?


Quando a uso, o intento é único:
Descartar as entrelinhas.





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Monday, April 09, 2007

Brasa




Embriagada de um talante sono…


Corpo voluptuoso, envolto num chamado a 40ºC. Jamais se fecha para o cheiro, que impregnado de ti, anda lânguido na lembrança.

Desejo de mais… Vontade do mim em ti e do tu aqui.

Te trouxe comigo e deixei o castigo. Assim, na noite em que te recosta, vai aspirar numa fome abafada entre o sono e sonho – de pele intumescida e tato húmido – inundado de intenções.

Ainda que no couro da dama, quando a paisagem é a cama, deixo-me ao teu bel-prazer. Todo teu. Não há faro que ignore o território que leva tua marca fresca na epiderme. Faz-se ordem, o pedido do único e exclusivo freguês.

Se o meu corpo te convoca, me encho de provocações. Me faço doce ou picante, independente da tua ânsia.
Afinal, foi o teu chamado, meu pedido ardente de satisfação.
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Wednesday, April 04, 2007



Morri um pouco… Foi suicídio.

Sem dó da alma, contemplei o veneno. Doce… Belo.

E pensar que anos de anestesia não foram suficientes. Meu escudo foi forjado à caramelo cristalizado (quem me pregou esta partida?).

A guerra travada foi ciente da derrota. O resultado, já o tinha, e nem por isso fugi à luta. Não entrei porque quis, mas está correto, em combate já era conhecedora de que esta não existiria sem sangue, sem o perdeDOR.

Contrapondo a conformidade, faço-me valer da notória realidade:




“Já não me privam mais da vida – não se tira o que não se tem – ”




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Half

...Porque somos várias.
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O vento -implacabile- despetalando em solavancos, permitiu que ficasse uma (a mais fraca) feita em casca de ovo.

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Ali, apenas a indefesa exalava. Somente ela pedia. Queria aninhar-se nas asas que a preservariam do medo e sujeição dos cruéis dias que a despiam perante a fragilidade dos fatos ocorridos.

Débil, deixou-se esvair em lágrimas. Junto com o pranto, viu escoarem pelo ralo a lutadora, a forte, a perspicaz… Sucumbiu à segregação pela dor impingida em tal peleja.

Tantas… tantas em uma…

De nada adiantam muitas, onde existe a cobiça da metade. Metade de um que leve consigo vários. No ensejo, o forte doaria o peito e o braço, suficientes para proporcionar o sono dos justos.





…Porque somos várias feitas em uma, que não passa de metade do nada.
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Tuesday, February 20, 2007

Lindo presente!

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Dei-me inteiro para você
Esta musa, fonte, mulher
Não houve mais lábios que eu beijasse
Ilusão que eu não visse
Sonho que eu não sonhasse
Encanto, que não fosse o teu



Tendo tudo, quis mais
Exigi o que não podia
Iludi-me com teus sonhos
Xinguei a solidão
Esparramei-me sobre você
Ignorei os avisos
Respirava teu ar
Agonizava longe de ti


Ganhei teu colo
Atendi ao teu canto
Rondei tua alma
Cheirava o teu cheiro
Imitava teus gostos
Amava você.




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Saturday, February 17, 2007

Anti-caixa de Pandora

























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Eis que Zeus, e seu bondoso coração, incumbiu o mais desejado e de nobre coração mensageiro, de fazer-me chegar em uma caixa, alguns mimos para aquecer-me o coração.

Os itens que preencheram o pequeno alforge – diga-se de passagem, têm-me feito deliciar há quatro dias com seus usos distintos – todos perfeitamente escolhidos na certeira concisão de serem usufruídos.

Segue a lista:

- 3 Patacas de ouro, uma em moeda local, para o uso corriqueiro, e duas inscritas com encantos milenares;
- 5 Quadriláteros para os dias de depressão;
- O trio ternura, enviado especialmente da Disney, para os dias de cansaço e pouca energia;
- Um cão feroz para proteger a torre em que vivo;
- Incenso, para os pequenos incidentes que se seguem aos dias de feijoadas;
- Um amor de sabonete, para o banho;
- O Astro Rei para iluminar e alegrar a torre em que vivo nos dias nublados – Possui um encanto ao se chocar à parede - AMEI!
… Para completar a fábula, um bom velhinho, constituído da mais saborosa matéria produzida pelas feiticeiras Helvéticas, para alegrar e elevar os níveis de serotonina.

Se encontrei regozijo nos singelos artefatos???

Para que conste, ando encantada, bem guarnecida com ouro e um cão guardião que me acompanha para todos lados, tenho uma explosão de luzes e deliciosas fragrâncias em meu lar, além de me tornar adocicada, cheirosa, com o humor em perfeito domínio, a libido vertiginosamente elevada em virtude das especiarias afrodisíacas ingeridas, e pudera, dormindo feito um anjo, rendendo-me ao sonho do dia em que o mensageiro me entregará o coração, até então reservado pelos deuses, renitentes no intuito de fazê-lo pairar somente onde terá domínio restrito.





…Com tanto aquecimento, nem um Iceberg está isento à liquefação.













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Friday, February 16, 2007

"E o pulso... Ainda pulsa?"



*Marcola é o chefe dos "gangs" brasileiros que puseram S. Paulo a ferro e fogo, o líder do PCC. Entrevista dada ao Jornal O GLOBO


- "Você é do PCC ?"

- Mais que isso, eu sou um sinal de novos tempos. Eu era pobre e invisível... vocês nunca me olharam durante décadas... E antigamente era mole resolver o problema da miséria... O diagnóstico era óbvio: migração rural, desnível de renda, poucas favelas, ralas periferias. A solução que nunca vinha... Que fizeram ? Nada. O governo federal alguma vez alocou uma verba para nós? Nós só aparecíamos nos desabamentos no morro ou nas músicas românticas sobre a "beleza dos morros ao amanhecer", essas coisas... Agora, estamos ricos com a multinacional do pó. E vocês estão morrendo de medo... Nós somos o início tardio de vossa consciência social... Viu? Sou culto... Leio Dante na prisão...


- Mas... A solução seria...


- Solução? Não há mais solução, cara... A própria ideia de "solução" já é um erro. Já olhou o tamanho das 560 favelas do Rio? Já andou de helicóptero por cima da periferia de São Paulo? Solução como? Só viria com muitos bilhões de dólares gastos organizadamente, com um governante de alto nível, uma imensa vontade política, crescimento económico, revolução na educação, urbanização geral; e tudo teria de ser sob a batuta quase que de uma "tirania esclarecida", que pulasse por cima da paralisia burocrática secular, que passasse por cima do Legislativo cúmplice (Ou você acha que os 287 sanguessugas vão agir? Se bobear, vão roubar até o PCC...) e do Judiciário, que impede punições. Teria de haver uma reforma radical do processo penal do país, teria de haver comunicação e inteligência entre polícias municipais, estaduais e federais (nós fazemos até Conference Calls entre presídios...) E tudo isso custaria bilhões de dólares e implicaria numa mudança psicossocial profunda na estrutura política do país. Ou seja: é impossível. Não há solução.


- Você não têm medo de morrer?


- Você é que têm medo de morrer, eu não. Aliás, aqui na cadeia vocês não podem entrar e me matar... Mas eu posso mandar matar vocês lá fora... Nós somos homens-bomba. Na favela tem cem mil homens-bomba... Estamos no centro do Insolúvel, mesmo... Vocês no bem e eu no mal e, no meio, a fronteira da morte, a única fronteira. Já somos uma outra espécie, já somos outros bichos, diferentes de vocês. A morte para vocês é um drama cristão numa cama, no ataque do coração... A morte para nós é o presunto diário, desovado numa vala... Vocês intelectuais não falavam em luta de classes, em "seja marginal, seja herói"? Pois é: chegamos, somos nós! Ha, ha... Vocês nunca esperavam esses guerreiros do pó, né? Eu sou inteligente. Eu leio, li 3.000 livros e leio Dante... Mas meus soldados todos são estranhas anomalias do desenvolvimento torto desse país. Não há mais proletários, ou infelizes ou explorados. Há uma terceira coisa crescendo aí fora, cultivado na lama, se educando no absoluto analfabetismo, se diplomando nas cadeias, como um monstro Alien escondido nas brechas da cidade. Já surgiu uma nova linguagem. Vocês não ouvem as gravações feitas "com autorização da Justiça"? Pois é. É outra língua. Estamos diante de uma espécie de pós-miséria. Isso. A pós-miséria gera uma nova cultura assassina, ajudada pela tecnologia, satélites, celulares, Internet, armas modernas. É a merda com chips, com megabytes. Meus comandados são uma mutação da espécie social, são fungos de um grande erro sujo.


- O que mudou nas periferias?


- Grana. A gente hoje tem. Você acha que quem tem US$40 milhões como o Beira-Mar não manda? Com 40 milhões a prisão é um hotel, um escritório...Qual a polícia que vai queimar essa mina de ouro, tá ligado? Nós somos uma empresa moderna, rica. Se funcionário vacila, é despedido e jogado no "microondas"... Ha, ha... Vocês são o Estado quebrado, dominado por incompetentes. Nós temos métodos ágeis de gestão. Vocês são lentos e burocráticos. Nós lutamos em terreno próprio. Vocês, em terra estranha. Nós não tememos a morte. Vocês morrem de medo. Nós somos bem armados. Vocês vão de três-oitão. Nós estamos no ataque. Vocês, na defesa. Vocês têm mania de humanismo. Nós somos cruéis, sem piedade. Vocês nos transformam em superstars do crime. Nós fazemos vocês de palhaços. Nós somos ajudados pela população das favelas, por medo ou por amor. Vocês são odiados. Vocês são regionais, provincianos. Nossas armas e produto vêm de fora, somos globais. Nós não esquecemos de vocês, são nossos fregueses. Vocês nos esquecem assim que passa o surto de violência.


- Mas o que devemos fazer?


- Vou dar um toque, mesmo contra mim. Peguem os barões do pó! Tem deputado, senador, tem generais, tem até ex-presidentes do Paraguai nas paradas de cocaína e armas. Mas quem vai fazer isso? O Exército? Com que grana? Não tem dinheiro nem para o rancho dos recrutas... O país está quebrado, sustentando um Estado morto a juros de 20% ao ano, e o Lula ainda aumenta os gastos públicos, empregando 40 mil picaretas. O Exército vai lutar contra o PCC e o CV? Estou lendo o Klausewitz, "Sobre a guerra". Não há perspectiva de êxito... Nós somos formigas devoradoras, escondidas nas brechas... A gente já tem até foguete antitanques... Se bobear, vão rolar uns Stingers aí... Pra acabar com a gente, só jogando bomba atómica nas favelas... Aliás, a gente acaba arranjando também "umazinha", daquelas bombas sujas mesmo... Já pensou? Ipanema radioativa?


- Mas... não haveria solução?


- Vocês só podem chegar a algum sucesso se desistirem de defender a "normalidade". Não há mais normalidade alguma. Vocês precisam fazer uma autocrítica da própria incompetência. Mas vou ser franco... na boa... na moral... Estamos todos no centro do Insolúvel. Só que nós vivemos dele e vocês... não têm saída. Só a merda. E nós já trabalhamos dentro dela. Olha aqui, mano, não há solução. Sabem por quê? Porque vocês não entendem nem a extensão do problema. Como escreveu o divino Dante: "Lasciate ogni speranza voi che entrate!" - Percam todas as esperanças. Estamos todos no inferno." de





Sunday, February 11, 2007

A Espera



Como uma pluma solta ao vento… Assim tem sido o passar dos dias desde que o sopro se fez.
Leve, sobre montanhas, paira às vezes aqui e ali, reabastecendo com elocuções de um enredo mitológico.

Como um raio de sol… Tem sido o passar das horas desde que o grande dia foi revelado.
Iluminado, desvenda os minutos, demonstrado o ensejo que está a ser participado, cada vez mais quente. Nisso, o tempo escorre lentamente… Derrete feito cera, sob o calor lançado pelo Astro obstinado em favorecer a inquietação que causa o aguardar.



Vejo este filme passar como numa película em tons de Outono, aos poucos invadido por diversas cores, salpicadas cada vez mais, preenchendo a tela, provocando um sorriso inspirador em face ao momento final, sob a trilha sonora de não menos que Vivaldi - Spring.







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Saturday, February 10, 2007

Descoberta

Segunda vez que uma música toca o canto imaterial mais íntimo. Sei que chegou lá pela lágrima escorrida, sentindo as palpitações do órgão enternecido – já nem lembrava que sua função era bombear sangue –.

No fundo, descobri que sou uma sentimental.

… Aquecendo.

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Desabrochar

Há quem consiga exceder expectativas. Há quem consiga surpreender. E é somente por isso que não endureci e me fechei de vez. O mal que acaba com a esperança continua no fundo da caixa.

Atonita. Como estou em ver que os deuses realmente se encontram do meu lado. E parece que um deles tem um especial gozo em me fazer sorrir. Lê os meus desejos e puxa cordõezinhos.

Não há NADA que não desejasse de um semestre até a presente data, que não tivesse chegado às minhas mãos. Prendas materiais e outras impalpáveis, profissionais e outras sentimentais… Mas o que é isso???

Penso que foi o mesmo deus maroto que me arrancou um pedaço e cingiu entre os dedos “para ver em quantas dava” e viu que “esta, seria a mais dura entre as mulheres”. Doeu. Mas agora, para se redimir e amaciar – pois não gostou do resultado –, resolveu despejar afeições de uma só vez. Ele não tem senso de medida. Não me dá tempo para respirar. Não vê que promove um turbilhão de sensações extremas com essa atitude.

Mas sinceramente, pouco me importa. Estar à mercê desta experiência – as vezes sórdida, as vezes virtuosa – faz-me sentir viva.

Tenho gostado de me tornar esta planta com raízes bem assentes, com momentos de flor e momentos de espinhos, nestes não tenho me perdido. Agora, simplesmente deixo exalar perfume…





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Friday, February 09, 2007

To Wear Sunscreen

... E sete anos depois ...

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Tuesday, February 06, 2007

Esqueça...

Ah... Rita e Paula, façam as vezes e traduzam em melodia "se faz o favor", as palavras que tanto me custam ???

Grata,

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*Ps- Que não tomem como direcionado. Este post é unica e exclusivamente por adorar a música e achar piada, uma vez que sou ciumenta.

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Thursday, February 01, 2007

Stress

Nããããããããããão!

Esmagador… Brutal. Sem dó, cada dia mais crítico e sedento.

Grita, Grita… Não pára.

Viaja, palpita, sem descanso.

Não pára, não dorme. Não contenta, muito menos aceita.

Cria isto e mais aquilo, mas onde está o tempo para tantas ideias???

24 Horas… um só braço… bem aventuradas seriam 30 - ao menos 5 delas serviriam para a desejada inércia – . Engana-te. . Seria o deleite “mais espaço para executar”, desdenhoso julgaria ele.

Inércia? A realidade que é mais próxima a indolência, companheira fiel dos momentos impacientes deste órgão incessante, quando se rende à insônia.

Negligencia tudo o que é preciso. Atraiçoa passeando por onde não deve, instigando.

Atacado de frenesi, deseja não obstante “Alargar o horizonte”. Atreve-se a buscar e a trabalhar cada vez mais.

É pouco, tudo é pouco…

Coitado deste, além de confinado num corpo feminino (dificultoso por natureza), não bastasse ainda, sob uma carcaça encoberta de loiras madeixas. Ironia do destino? – nestes casos, dizem que complicação pouca é bobagem

Mirabolando o plano arquitetônico e maquiavélico que levará à auto-destruição, antevejo o triste fim do pobre encéfalo:
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“Puft”







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Tuesday, January 30, 2007


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Corri. Voei sobre minhas barreiras.


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Caminhei descalça sobre a senda que me foi dada. O senti mais minha que de qualquer um que pela mesma percorresse, pois deixei ali o rastro e a inconfundível impressão de contato com a pele.


Abracei a luz que me foi concedida, foi o que me fez caminhar.


Hoje, findo o destino, quero simplesmente contemplar.


Estou amando mais que nunca, sentindo como jamais. O remate.


Certo é que suspirei pelo amanhã, planejei isto e aquilo. Desejei ter e ser. Mas não... O caminho se acabou.


Não se vai violentamente minha existência. Por mais que desejo fosse, não penso que tinha “algo a acabar”... unicamente observar, lembrar... conjecturar.


Num murmúrio suave deixo toda a afeição que me impele a despedir.


Separo-me da vida deixando para quem duvidas tiver, que se um dia as palavras EU TE AMO a si foram arremessadas através de minha boca, é porque realmente fez a diferença em minha estrada. Não tomo pedras preciosas por simples cacos de vidro. Mas também não as guardo num cofre.


Aos amores futuros, deixo o pesar de terem sido simplesmente sonhados...


Aos amores eternos, rendo graças por estarem em meu caminho desde o primeiro ao último dia. E é por vossa, e somente vossa causa, que lágrimas no âmago do meu ser brotam.











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BLIND ZERO - DRIVE




... aquecendo



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Thursday, January 25, 2007

Re-

Nunca vi piada na repetição de fatos. Fatos... Factos... Fast... FASTIDIOSO, o correr do relógio quando os primeiros algoritmos da equação de uma existência entram em progressão. Via de regra, quando o olhar já está treinado o resultado é pré concebido.

Folhas e folhas de reconhecimentos, rabiscos, cômputos, e energia gasta em tal questão. Conclusão: “puta que la merda, eu já sabia disso”. Quem tem prazer no cálculo algébrico sabe que o gozo não está no resultado, mas nos caminhos que se toma para alcançar.

Infinitas possibilidades...

Não me incomoda o trabalho, mas sim a reprise. É onde praguejo e rotulo sim, o demônio nietzscheano com o Eterno Retorno. Onde já se viu figurar tal conluio para minha alma cansada???

Quanto mais se toma conhecimento da razão constate entre os termos, Chronos aperta os passos.

Viajar à velocidade da luz faz com que nada dure tempo suficiente para aquecer. Mas o “mano velho” é implacável. Não pára.

O fogo, e a explosão que acalmam meu desejo, ainda não foram capazes de esquentar por tempo suficiente a derreter perpétuamente o bloco que levo no peito, repetidamente solidificado pela ação do frio.


Ainda não entendi bem porque fui encontrar justo no frigorífico um porto seguro. Mais precisamente no congelador... Congela-dor.

E novamente vejo faísca… Vejo lenha.







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O único...

Música


Autor: Juan Ramón Jimenez
(Tradução de Paulo Mendes Campos)

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De repente, jorrando de um peito que se parte
o jato apaixonado fende a sombra
– como a mulher que abrisse os balcões soluçando,
nua, para as estrelas - com anseio de morrer sem motivo,
que fosse vida louca, imensa.
E não regressa nunca mais – mulher ou água –
mesmo que fique me nós crepitando,
real e inexistente sem poder parar.

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Tuesday, January 23, 2007

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Monday, January 22, 2007

Matriz




Não sou mulher. Meu ventre ainda não germinou.

O medo de não poder sê-lo por completo era tal, que coração bateu mais forte diante da carta em resposta às análises de fertilidade
- Antecipadas e desnecessárias -

Nunca tentei. Minha alma grita por completar o ciclo natural, mas ainda falta tanto... e tanto...

Não é tempo. Não tenciono produção independente, e pouco estou me importando em encontrar um progenitor. Não é algo que será planejado de forma unilateral ou com a frieza que levo para as demais áreas da minha vida.

De momento me perturbaria e até desmantelaria o curso das metas que tenho a cumprir. Por isso não cogito.

... Mas quero. Quero ser a fêmea caridosa e desvelada, a origem, o elo de algo concebido com amor e que venha como complemento.


Sou muito minha, somente minha, e não de quem deseja. Almejo ser de quem me tornar mulher. Se isto acontecer, renunciarei.





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Friday, January 19, 2007



Hoje esqueci em casa o livro que já vai pela metade.

Odeio quando isso acontece.

Fui obrigada a reparar em pessoas. Peguei o jornal do metro - que até então só repetia as "novidades" do Euronews - Tédio.

Quando já ia a meio de maldizer, fez-se Luz.

Um gesto que me ampara, rouba a cena. Recebi um sorriso e mão esticada que anteciparam-se a uma provável queda. Atentei ao olhar. Fechei o jornal e decidi observar.

Apreciei o Mundo à minha volta, ouvi pessoas e suas narrativas, dialoguei com olhares e retribuí sorrisos. O comboio ia à beira do Tejo, e aos poucos que o rio em mar se tornava, o reflexo intermitente do Sol naquelas paisagens fizeram-me viajar sem estar alheia ao ambiente. Diferentemente do trajeto que faço submersa num universo de pequenas letras impressas numa folha.

Dia atípico, dia do pormenor. Resolvi exercitar os 4 sentidos.

A viagem fez-se num piscar de olhos. Imensidão de segundos que abarcaram infinidades de sensações.

… Bendita hora que esqueci o livro na estante.






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Ups... Então quer dizer que...

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Autor: Max Gehringer (Revista Exame)



Foi tudo muito rápido. A executiva bem-sucedida sentiu uma pontada no peito, vacilou, cambaleou. Deu um gemido e apagou. Quando voltou a abrir os olhos, viu-se diante de um imenso portal. Ainda meio zonza, atravessou-o e viu uma miríade de pessoas. Todas vestindo cândidos camisolões e caminhando despreocupadas. Sem entender bem o que estava acontecendo, a executiva bem-sucedida abordou um dos passantes:

- Enfermeiro, eu preciso voltar urgente para o meu escritório, porque tenho um meeting importantíssimo. Aliás, acho que fui trazida para cá por engano, porque meu convênio médico é classe A, e isto aqui está me parecendo mais um pronto-socorro. Onde é que nós estamos?

- No céu.

- No céu?...

- É.

- Tipo assim... O céu, CÉU...! Aquele com querubins voando e coisas do gênero?

- Certamente. Aqui todos vivem em estado de gozo permanente.

Apesar das óbvias evidências (nenhuma poluição, todo mundo sorrindo, ninguém usando telefone celular), a executiva bem-sucedida custou um pouco a admitir que houvesse mesmo apitado na curva. Tentou então o plano B: convencer o interlocutor, por meio das infalíveis técnicas avançadas de negociação, de que aquela situação era inaceitável. Porque, ponderou, dali a uma semana ela iria receber o bônus anual, além de estar fortemente cotada para assumir a posição de presidente do conselho de administração da empresa. E foi aí que o interlocutor sugeriu:

- Talvez seja melhor você conversar com Pedro, o síndico.

- É? E como é que eu marco uma audiência? Ele tem secretária?

- Não, não. Basta estalar os dedos e ele aparece.

- Assim? (...)

- Pois não?

A executiva bem-sucedida quase desaba da nuvem. À sua frente, imponente, segurando uma chave que mais parecia um martelo, estava o próprio Pedro.
Mas, a executiva havia feito um curso intensivo de approach para situações inesperadas e reagiu rapidinho:

- Bom dia. Muito prazer. Belas sandálias. Eu sou uma executiva bem-sucedida e...

- Executiva... Que palavra estranha. De que século você veio?

- Do 21. O distinto vai me dizer que não conhece o termo "executiva"?

- Já ouvi falar. Mas não é do meu tempo.

Foi então que a executiva bem-sucedida teve um insight. A máxima autoridade ali no paraíso aparentava ser um zero à esquerda em modernas técnicas de gestão empresarial. Logo, com seu brilhante currículo tecnocrático, a executiva poderia rapidamente assumir uma posição hierárquica, por assim dizer, celestial ali na organização.

- Sabe meu caro Pedro. Se você me permite, eu gostaria de lhe fazer uma proposta. Basta olhar para esse povo todo aí, só batendo papo e andando à toa, para perceber que aqui no Paraíso há enormes oportunidades para dar um upgrade na produtividade sistêmica.

- É mesmo?

- Pode acreditar, porque tenho PHD em reengenharia. Por exemplo, não vejo ninguém usando crachá. Como é que a gente sabe quem é quem aqui, e quem faz o quê?

- Ah, não sabemos.

- Headcount, então, não deve constar em nenhum versículo, correto?

- Hã?

- Entendeu o meu ponto? Sem controle, há dispersão. E dispersão gera desmotivação. Com o tempo isto aqui vai acabar virando uma anarquia. Mas nós dois podemos consertar tudo isso rapidinho implementando um simples programa de targets individuais e avaliação de performance.

- Que interessante...

- Depois, mais no médio prazo, assim que os fundamentos estiverem sólidos e o pessoal começar a reclamar da pressão e a ficar estressado, a gente acalma a galera bolando um sistema de stock option, com uma campanha motivacional impactante, tipo: "O melhor céu da América Latina".

- Fantástico!

- É claro que, antes de tudo, precisaríamos de uma hierarquização de um organograma funcional, nada que dinâmicas de grupo e avaliações de perfis psicológicos não consigam resolver.

- !!!... ???... !!!...???... !!!...

- Aí, contrataríamos uma consultoria especializada para nos ajudar a definir as estratégias operacionais e estabeleceríamos algumas metas factíveis de leverage, maximizando, dessa forma, o retorno do investimento do Grande Acionista... Ele existe, certo?

- Sobre todas as coisas.

- Ótimo. O passo seguinte seria partir para um downsizing progressivo, encontrar sinergias high-tech, redigir manuais de procedimento, definir o marketing mix e investir no desenvolvimento de produtos alternativos de alto valor agregado. O mercado telestérico, por exemplo, me parece extremamente atrativo.

- Incrível!

- É óbvio que, para conseguir tudo isso, nós dois teremos que nomear um board de altíssimo nível. Com um pacote de remuneração atraente, é claro. Coisa assim de salário de seis dígitos e todos os fringe benefits e mordomias de praxe. Porque, agora falando de colega para colega, tenho certeza de que você vai concordar comigo, Pedro. O desafio que temos pela frente vai resultar em um turnaround radical.

- Impressionante!

- Isso significa que podemos partir para a implementação?

- Não. Significa que você terá um futuro brilhante, mas se for trabalhar com o nosso concorrente. Porque você acaba de descrever, exatamente, como funciona o Inferno...




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Tuesday, January 16, 2007

Enxergar??? Eis a questão!




Queria dar crédito à carochinha…

Bem queria esperar que a Rapunzel saísse da masmorra em um ápice de desfrute, escoltada pelo viril príncipe viajante de terras longínquas.

Duro é saber que afinal são “contos”.

Não fantasio com sonhos impossíveis, mas adoro mergulhar por onde navega o subconsciente, intentando ponderar isto ou aquilo de modo a tangenciar o “possível”.

Pena ter aprendido ainda cedo que não é o coelho que traz os ovos de chocolate. Mesmo assim, tivesse acreditado, talvez hoje não estaria nesta jornada eremítica.

Valha-me Deus!!! Escamas nos olhos é que não quero ter.

- Quanta dicotomia -

Está bem… Quem sabe amanhã aprendo que tudo o que sei não passa de conspiração desta massa cinzenta que ainda insiste em exercer certas funções?




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Lembrança


ASA BRANCA - TIAGO BANDEIRA

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...Veio o gosto da água fresca do filtro de barro.

12 primaveras.

O reflexo turvo do vestido florido, estampado no chão vermelho que acabara de lustrar. Pés no chão, rebelando-se ao que ralhava a voz materna.

Cabelos soltos e esvoaçantes nunca por tesoura decorridos, bem como o coração.

Era a menina Pandora, que avistava pela janela a estrada de terra do outro lado da serra. Poeira se levantava no momento que um carro por ali passava - tal e qual sua irrequieta curiosidade acerca do futuro - quando esta baixava, vislumbrava verdes prados.

Tudo sob o tórrido Sol de verão daquele País Tropical.

Asa Branca embalava em notas harmoniosas, mas não muito nítidas saídas de uma antiga radiola, da humilde casinha de madeira que se instalara a duras penas, no terreno baldio ao lado. Família humilde. Crianças com pés descalços não por rebeldia. Chão de piso batido, onde sequer engendrava-se o uso de cera. A fome era patente. Ao ritmo de Luiz Gonzaga a menina que assistia a cena “… perguntava óh Deus do céu, porquê tamanha judiação ? ...”.

Mal sabia o que era contexto.

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