Monday, April 09, 2007

Brasa




Embriagada de um talante sono…


Corpo voluptuoso, envolto num chamado a 40ºC. Jamais se fecha para o cheiro, que impregnado de ti, anda lânguido na lembrança.

Desejo de mais… Vontade do mim em ti e do tu aqui.

Te trouxe comigo e deixei o castigo. Assim, na noite em que te recosta, vai aspirar numa fome abafada entre o sono e sonho – de pele intumescida e tato húmido – inundado de intenções.

Ainda que no couro da dama, quando a paisagem é a cama, deixo-me ao teu bel-prazer. Todo teu. Não há faro que ignore o território que leva tua marca fresca na epiderme. Faz-se ordem, o pedido do único e exclusivo freguês.

Se o meu corpo te convoca, me encho de provocações. Me faço doce ou picante, independente da tua ânsia.
Afinal, foi o teu chamado, meu pedido ardente de satisfação.
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Wednesday, April 04, 2007



Morri um pouco… Foi suicídio.

Sem dó da alma, contemplei o veneno. Doce… Belo.

E pensar que anos de anestesia não foram suficientes. Meu escudo foi forjado à caramelo cristalizado (quem me pregou esta partida?).

A guerra travada foi ciente da derrota. O resultado, já o tinha, e nem por isso fugi à luta. Não entrei porque quis, mas está correto, em combate já era conhecedora de que esta não existiria sem sangue, sem o perdeDOR.

Contrapondo a conformidade, faço-me valer da notória realidade:




“Já não me privam mais da vida – não se tira o que não se tem – ”




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Half

...Porque somos várias.
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O vento -implacabile- despetalando em solavancos, permitiu que ficasse uma (a mais fraca) feita em casca de ovo.

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Ali, apenas a indefesa exalava. Somente ela pedia. Queria aninhar-se nas asas que a preservariam do medo e sujeição dos cruéis dias que a despiam perante a fragilidade dos fatos ocorridos.

Débil, deixou-se esvair em lágrimas. Junto com o pranto, viu escoarem pelo ralo a lutadora, a forte, a perspicaz… Sucumbiu à segregação pela dor impingida em tal peleja.

Tantas… tantas em uma…

De nada adiantam muitas, onde existe a cobiça da metade. Metade de um que leve consigo vários. No ensejo, o forte doaria o peito e o braço, suficientes para proporcionar o sono dos justos.





…Porque somos várias feitas em uma, que não passa de metade do nada.
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