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O tempo passa e transforma os amantes de outrora em pessoas naturalmente estranhas. Principalmente quando o ponto motor de tudo é a desilusão.
Algo como “aquele alguém que eu conhecia está morto”, submerge no reconhecimento do que foi e é.
Diferentemente de quando se nutre sentimento de raiva, dor ou algo que moleste a ponto de se intentar rematar o puzzle embaralhado, com ou sem guerrilha.
O outro só morre quando não se fala da ferida com dor, quando os pormenores do que se passou deslizam ao lado de forma natural, e não tornam cenas e detalhes com a singularidade do momento vivenciado. Continua-se gostando das mesmas coisas, porém, sem a particularidade que o romance conferia.
Acredito indubitavelmente que a adaptação seja possível a todos que acatam essa morte. Nada, nem ninguém é insubstituível, tirando-se laços de consanguinidade, pelos óbvios motivos.
Quando se sofre por amor, é preciso permitir que a ferida se cure. É como morrer junto, mas depois da morte, regressar do inferno à vida quando esta nos puxa o tapete, acreditando no porvir.
Como diria Fito Páez:
“…el perfume que lleva al dolor
en al esencia de las almas
en la ausencia del dolor…”
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