Tuesday, February 20, 2007

Lindo presente!

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Dei-me inteiro para você
Esta musa, fonte, mulher
Não houve mais lábios que eu beijasse
Ilusão que eu não visse
Sonho que eu não sonhasse
Encanto, que não fosse o teu



Tendo tudo, quis mais
Exigi o que não podia
Iludi-me com teus sonhos
Xinguei a solidão
Esparramei-me sobre você
Ignorei os avisos
Respirava teu ar
Agonizava longe de ti


Ganhei teu colo
Atendi ao teu canto
Rondei tua alma
Cheirava o teu cheiro
Imitava teus gostos
Amava você.




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Saturday, February 17, 2007

Anti-caixa de Pandora

























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Eis que Zeus, e seu bondoso coração, incumbiu o mais desejado e de nobre coração mensageiro, de fazer-me chegar em uma caixa, alguns mimos para aquecer-me o coração.

Os itens que preencheram o pequeno alforge – diga-se de passagem, têm-me feito deliciar há quatro dias com seus usos distintos – todos perfeitamente escolhidos na certeira concisão de serem usufruídos.

Segue a lista:

- 3 Patacas de ouro, uma em moeda local, para o uso corriqueiro, e duas inscritas com encantos milenares;
- 5 Quadriláteros para os dias de depressão;
- O trio ternura, enviado especialmente da Disney, para os dias de cansaço e pouca energia;
- Um cão feroz para proteger a torre em que vivo;
- Incenso, para os pequenos incidentes que se seguem aos dias de feijoadas;
- Um amor de sabonete, para o banho;
- O Astro Rei para iluminar e alegrar a torre em que vivo nos dias nublados – Possui um encanto ao se chocar à parede - AMEI!
… Para completar a fábula, um bom velhinho, constituído da mais saborosa matéria produzida pelas feiticeiras Helvéticas, para alegrar e elevar os níveis de serotonina.

Se encontrei regozijo nos singelos artefatos???

Para que conste, ando encantada, bem guarnecida com ouro e um cão guardião que me acompanha para todos lados, tenho uma explosão de luzes e deliciosas fragrâncias em meu lar, além de me tornar adocicada, cheirosa, com o humor em perfeito domínio, a libido vertiginosamente elevada em virtude das especiarias afrodisíacas ingeridas, e pudera, dormindo feito um anjo, rendendo-me ao sonho do dia em que o mensageiro me entregará o coração, até então reservado pelos deuses, renitentes no intuito de fazê-lo pairar somente onde terá domínio restrito.





…Com tanto aquecimento, nem um Iceberg está isento à liquefação.













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Friday, February 16, 2007

"E o pulso... Ainda pulsa?"



*Marcola é o chefe dos "gangs" brasileiros que puseram S. Paulo a ferro e fogo, o líder do PCC. Entrevista dada ao Jornal O GLOBO


- "Você é do PCC ?"

- Mais que isso, eu sou um sinal de novos tempos. Eu era pobre e invisível... vocês nunca me olharam durante décadas... E antigamente era mole resolver o problema da miséria... O diagnóstico era óbvio: migração rural, desnível de renda, poucas favelas, ralas periferias. A solução que nunca vinha... Que fizeram ? Nada. O governo federal alguma vez alocou uma verba para nós? Nós só aparecíamos nos desabamentos no morro ou nas músicas românticas sobre a "beleza dos morros ao amanhecer", essas coisas... Agora, estamos ricos com a multinacional do pó. E vocês estão morrendo de medo... Nós somos o início tardio de vossa consciência social... Viu? Sou culto... Leio Dante na prisão...


- Mas... A solução seria...


- Solução? Não há mais solução, cara... A própria ideia de "solução" já é um erro. Já olhou o tamanho das 560 favelas do Rio? Já andou de helicóptero por cima da periferia de São Paulo? Solução como? Só viria com muitos bilhões de dólares gastos organizadamente, com um governante de alto nível, uma imensa vontade política, crescimento económico, revolução na educação, urbanização geral; e tudo teria de ser sob a batuta quase que de uma "tirania esclarecida", que pulasse por cima da paralisia burocrática secular, que passasse por cima do Legislativo cúmplice (Ou você acha que os 287 sanguessugas vão agir? Se bobear, vão roubar até o PCC...) e do Judiciário, que impede punições. Teria de haver uma reforma radical do processo penal do país, teria de haver comunicação e inteligência entre polícias municipais, estaduais e federais (nós fazemos até Conference Calls entre presídios...) E tudo isso custaria bilhões de dólares e implicaria numa mudança psicossocial profunda na estrutura política do país. Ou seja: é impossível. Não há solução.


- Você não têm medo de morrer?


- Você é que têm medo de morrer, eu não. Aliás, aqui na cadeia vocês não podem entrar e me matar... Mas eu posso mandar matar vocês lá fora... Nós somos homens-bomba. Na favela tem cem mil homens-bomba... Estamos no centro do Insolúvel, mesmo... Vocês no bem e eu no mal e, no meio, a fronteira da morte, a única fronteira. Já somos uma outra espécie, já somos outros bichos, diferentes de vocês. A morte para vocês é um drama cristão numa cama, no ataque do coração... A morte para nós é o presunto diário, desovado numa vala... Vocês intelectuais não falavam em luta de classes, em "seja marginal, seja herói"? Pois é: chegamos, somos nós! Ha, ha... Vocês nunca esperavam esses guerreiros do pó, né? Eu sou inteligente. Eu leio, li 3.000 livros e leio Dante... Mas meus soldados todos são estranhas anomalias do desenvolvimento torto desse país. Não há mais proletários, ou infelizes ou explorados. Há uma terceira coisa crescendo aí fora, cultivado na lama, se educando no absoluto analfabetismo, se diplomando nas cadeias, como um monstro Alien escondido nas brechas da cidade. Já surgiu uma nova linguagem. Vocês não ouvem as gravações feitas "com autorização da Justiça"? Pois é. É outra língua. Estamos diante de uma espécie de pós-miséria. Isso. A pós-miséria gera uma nova cultura assassina, ajudada pela tecnologia, satélites, celulares, Internet, armas modernas. É a merda com chips, com megabytes. Meus comandados são uma mutação da espécie social, são fungos de um grande erro sujo.


- O que mudou nas periferias?


- Grana. A gente hoje tem. Você acha que quem tem US$40 milhões como o Beira-Mar não manda? Com 40 milhões a prisão é um hotel, um escritório...Qual a polícia que vai queimar essa mina de ouro, tá ligado? Nós somos uma empresa moderna, rica. Se funcionário vacila, é despedido e jogado no "microondas"... Ha, ha... Vocês são o Estado quebrado, dominado por incompetentes. Nós temos métodos ágeis de gestão. Vocês são lentos e burocráticos. Nós lutamos em terreno próprio. Vocês, em terra estranha. Nós não tememos a morte. Vocês morrem de medo. Nós somos bem armados. Vocês vão de três-oitão. Nós estamos no ataque. Vocês, na defesa. Vocês têm mania de humanismo. Nós somos cruéis, sem piedade. Vocês nos transformam em superstars do crime. Nós fazemos vocês de palhaços. Nós somos ajudados pela população das favelas, por medo ou por amor. Vocês são odiados. Vocês são regionais, provincianos. Nossas armas e produto vêm de fora, somos globais. Nós não esquecemos de vocês, são nossos fregueses. Vocês nos esquecem assim que passa o surto de violência.


- Mas o que devemos fazer?


- Vou dar um toque, mesmo contra mim. Peguem os barões do pó! Tem deputado, senador, tem generais, tem até ex-presidentes do Paraguai nas paradas de cocaína e armas. Mas quem vai fazer isso? O Exército? Com que grana? Não tem dinheiro nem para o rancho dos recrutas... O país está quebrado, sustentando um Estado morto a juros de 20% ao ano, e o Lula ainda aumenta os gastos públicos, empregando 40 mil picaretas. O Exército vai lutar contra o PCC e o CV? Estou lendo o Klausewitz, "Sobre a guerra". Não há perspectiva de êxito... Nós somos formigas devoradoras, escondidas nas brechas... A gente já tem até foguete antitanques... Se bobear, vão rolar uns Stingers aí... Pra acabar com a gente, só jogando bomba atómica nas favelas... Aliás, a gente acaba arranjando também "umazinha", daquelas bombas sujas mesmo... Já pensou? Ipanema radioativa?


- Mas... não haveria solução?


- Vocês só podem chegar a algum sucesso se desistirem de defender a "normalidade". Não há mais normalidade alguma. Vocês precisam fazer uma autocrítica da própria incompetência. Mas vou ser franco... na boa... na moral... Estamos todos no centro do Insolúvel. Só que nós vivemos dele e vocês... não têm saída. Só a merda. E nós já trabalhamos dentro dela. Olha aqui, mano, não há solução. Sabem por quê? Porque vocês não entendem nem a extensão do problema. Como escreveu o divino Dante: "Lasciate ogni speranza voi che entrate!" - Percam todas as esperanças. Estamos todos no inferno." de





Sunday, February 11, 2007

A Espera



Como uma pluma solta ao vento… Assim tem sido o passar dos dias desde que o sopro se fez.
Leve, sobre montanhas, paira às vezes aqui e ali, reabastecendo com elocuções de um enredo mitológico.

Como um raio de sol… Tem sido o passar das horas desde que o grande dia foi revelado.
Iluminado, desvenda os minutos, demonstrado o ensejo que está a ser participado, cada vez mais quente. Nisso, o tempo escorre lentamente… Derrete feito cera, sob o calor lançado pelo Astro obstinado em favorecer a inquietação que causa o aguardar.



Vejo este filme passar como numa película em tons de Outono, aos poucos invadido por diversas cores, salpicadas cada vez mais, preenchendo a tela, provocando um sorriso inspirador em face ao momento final, sob a trilha sonora de não menos que Vivaldi - Spring.







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Saturday, February 10, 2007

Descoberta

Segunda vez que uma música toca o canto imaterial mais íntimo. Sei que chegou lá pela lágrima escorrida, sentindo as palpitações do órgão enternecido – já nem lembrava que sua função era bombear sangue –.

No fundo, descobri que sou uma sentimental.

… Aquecendo.

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Desabrochar

Há quem consiga exceder expectativas. Há quem consiga surpreender. E é somente por isso que não endureci e me fechei de vez. O mal que acaba com a esperança continua no fundo da caixa.

Atonita. Como estou em ver que os deuses realmente se encontram do meu lado. E parece que um deles tem um especial gozo em me fazer sorrir. Lê os meus desejos e puxa cordõezinhos.

Não há NADA que não desejasse de um semestre até a presente data, que não tivesse chegado às minhas mãos. Prendas materiais e outras impalpáveis, profissionais e outras sentimentais… Mas o que é isso???

Penso que foi o mesmo deus maroto que me arrancou um pedaço e cingiu entre os dedos “para ver em quantas dava” e viu que “esta, seria a mais dura entre as mulheres”. Doeu. Mas agora, para se redimir e amaciar – pois não gostou do resultado –, resolveu despejar afeições de uma só vez. Ele não tem senso de medida. Não me dá tempo para respirar. Não vê que promove um turbilhão de sensações extremas com essa atitude.

Mas sinceramente, pouco me importa. Estar à mercê desta experiência – as vezes sórdida, as vezes virtuosa – faz-me sentir viva.

Tenho gostado de me tornar esta planta com raízes bem assentes, com momentos de flor e momentos de espinhos, nestes não tenho me perdido. Agora, simplesmente deixo exalar perfume…





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Friday, February 09, 2007

To Wear Sunscreen

... E sete anos depois ...

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Tuesday, February 06, 2007

Esqueça...

Ah... Rita e Paula, façam as vezes e traduzam em melodia "se faz o favor", as palavras que tanto me custam ???

Grata,

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*Ps- Que não tomem como direcionado. Este post é unica e exclusivamente por adorar a música e achar piada, uma vez que sou ciumenta.

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Thursday, February 01, 2007

Stress

Nããããããããããão!

Esmagador… Brutal. Sem dó, cada dia mais crítico e sedento.

Grita, Grita… Não pára.

Viaja, palpita, sem descanso.

Não pára, não dorme. Não contenta, muito menos aceita.

Cria isto e mais aquilo, mas onde está o tempo para tantas ideias???

24 Horas… um só braço… bem aventuradas seriam 30 - ao menos 5 delas serviriam para a desejada inércia – . Engana-te. . Seria o deleite “mais espaço para executar”, desdenhoso julgaria ele.

Inércia? A realidade que é mais próxima a indolência, companheira fiel dos momentos impacientes deste órgão incessante, quando se rende à insônia.

Negligencia tudo o que é preciso. Atraiçoa passeando por onde não deve, instigando.

Atacado de frenesi, deseja não obstante “Alargar o horizonte”. Atreve-se a buscar e a trabalhar cada vez mais.

É pouco, tudo é pouco…

Coitado deste, além de confinado num corpo feminino (dificultoso por natureza), não bastasse ainda, sob uma carcaça encoberta de loiras madeixas. Ironia do destino? – nestes casos, dizem que complicação pouca é bobagem

Mirabolando o plano arquitetônico e maquiavélico que levará à auto-destruição, antevejo o triste fim do pobre encéfalo:
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“Puft”







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