Too late... Too soon...
Monday, September 17, 2007
“Mordhormones”
A coisa vai a tal nível, que nem eu me suporto. Consigo me irritar mesmo trancada e sozinha em casa.
A merda é que nao bastasse estar insuportável, ainda consigo me sensibilizar ao extremo. Nesses momentos, a morte de uma formiga pode desencadear lágrimas. E é o que me irrita mais! A dicotomia entre “a que odeia” e “a que sofre”.
É o dia em que detesto quem vejo no espelho.
É a pior época em que qualquer pobre mortal poderia querer negociar o que quer que fosse, pois de certeza não conseguiria um ponto seu benefício e que me persuadisse. Quem trabalha comigo sabe, sente...
O que me deixa furiosa é não ter o controle de racionalizar as situações. Odeio histeria, portanto quando fico assim, seguro a fúria e me mantenho fria -o que me torna malvada- e consequentemente com isso, esqueço da palavra “perdoar”.
... Sei bem porque vivo só. Os papéis de chapeuzinho vermelho ou princesa nunca me cairiam bem.
Acho que o Lobisomen foi inspirado numa mulher com TPM.
Olho pra dentro e vejo este ser terrível. Mas não me lamento, “a culpa é sempre do mordomo”.
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Thursday, September 13, 2007

Nunca gostei de sessões de análise por não concordar com descrições de um outro eu sentenciado por um profissional que assim o faria metodicamente. Então pq já fui? Simples: praticidade e DESCOMPRESSÂO. Cobras e lagartos sempre é bom soltar, e quando não se tem um blog, facilita muito mais pagar alguém pra ouvir.
Minhas conjecturas correm soltas, do disparate ao irrepreensível. Sem nexo, nem eira nem beira, concretizam o que seria íntimo. Aqui, permito a algumas que tornem-se públicas.
Mas a verdadeira essência, essa não. Ficariam a saber mais de mim do que eu. E sempre sei um ponto à frente. O suficiente para não estar em outras mãos que senão as minhas.
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Wednesday, September 12, 2007
E lá pelas tantas...
- L.H., "no way". Me recuso terminantemente a andar toda essa distância diáriamente!
- Pois, teus saltos altos não permitem...
- Limitações, meu caro... Putz! Lembrei agora que não sei nadar.
- E digo-te mais: Não sabes voar!!!! Já te esqueceste?! HAHAHAHA
Na iminência de me resignar, lembrei de alguém:

Sunday, September 09, 2007
Saturday, September 08, 2007
Special Place
¿ Que hacer ?
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Thursday, September 06, 2007
SISSI, ESSE É PRA TI:
"Príncipe encantado só havia um
e a Cinderela já ficou com ele!"
*que tal olhar ao lado?
hahahhahaha
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Wednesday, September 05, 2007
AGUA Y SED
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Monday, September 03, 2007
Que tortura para meus padrões!
Depois de alguma introspecção e uns tropeços por aí, fez-se luz! Criei o “Paradigma Holístico do Aparadigma” (ou nãoparadigma, para quem assim quiser). É meu, portanto uso como quiser e ninguém tem nada a ver com isso.
Pois é... meus modelos se foram, e só restou o bom-senso, (que já é pra lá de “non-sense”, diga-se de passagem).
E diferentemente do que diz minha sábia avozinha: “Menina, isto está bom, pois quem ama o feio, bonito lhe parece”, o estudo de fundamentação teórica que me alicerça é embasado em uma única vertente: Alcançar a satisfação desoprimida, não o contentamento.
Na prática, tenho me surpreendido. Incontáveis são as vezes que tiro algo maior de onde julgo vir o mediano.
E todas essas surpresas são convertidas em FELICIDADE.
...wow estou perplexa! Achei o caminho!
Sunday, August 26, 2007
Sunday, August 19, 2007
3

3 segundos.
Olhar vidrado. Instantes exatos para ter na totalidade a compreensão, quando a pupila fica à mostra.
Imagem captada, os ponteiros se movem contando o tempo de processar.
Correndo nas veias, obstante às informações para o óbvio ofício dos neurônios, vão camufladas minúsculas pontas de alfinete.
Cérebro lateja quando o olho da alma se abre...
... É.
Anúncio explosivo que nos tira a cegueira, automaticamente convertido em auto-defesa -graças ao bom senso do criador disso tudo- É o que nos garante a sobrevivência. Nos obriga correr ou armar.
Grandiosa duração, destes ínfimos segundos.
O prenúncio da dor nos desperta, bem como o anunciar de bem-estar se faz relaxante, adormece.
São similutides inversamente proporcionais. Sonho e realidade assumem planos paralelos. Nunca convergem, no máximo, se refletem.
3 segundos. Pálpebras se abrem, e já se vê o outro lado do espelho.
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Thursday, June 28, 2007
Já cruzei os braços para assistir, ao invés de correr em detrimento de demonstrar força frente a uma lança - Gastos de energia -
Prefiro ser nutrida intelectualmente enquanto expectadora. Ao passo que suam a camisa a desembainhar a espada, quero antes levantar a bandeira branca.
Chega. Meus neurônios (os poucos que ainda valem), só têem se movido pelos meus
-que de mim precisam- e pelo que me cabe. O resto do Mundo não me pertence e não vou travar conflitos em busca de conquistas ou insolências.
Volto as costas lentamente e caminho impassível. Já não tenho dor, já nem percebo as cicatrizes dos velhos tempos. Já não tenho sequer motivos.
Quero PAZ.
Wednesday, June 27, 2007
Return

Já li estas páginas...
Também já as virei.
Voltei a ler.
Incrivelmente, sempre tem-se uma compreensão mais apurada de desfechos aquando de um segundo olhar.
É a vida, e volto a dizer: O Eterno Retorno Nitzscheano.
Seria estúpida em maldizer e maldizer... Na verdade, faz-se aí a minha idade. Velha, para me assustar. Nova, para anestesiar.
E roda... e roda...
Só uma coisa muda. O tempo. Vai mais rápido. E percebi que só serei capaz de transcendê-lo, quando já o vir à velocidade do som.
Ignóbil condição.
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Wednesday, May 30, 2007
Tuesday, May 29, 2007
Thursday, May 03, 2007
Monday, April 09, 2007
Brasa

Desejo de mais… Vontade do mim em ti e do tu aqui.
Te trouxe comigo e deixei o castigo. Assim, na noite em que te recosta, vai aspirar numa fome abafada entre o sono e sonho – de pele intumescida e tato húmido – inundado de intenções.
Ainda que no couro da dama, quando a paisagem é a cama, deixo-me ao teu bel-prazer. Todo teu. Não há faro que ignore o território que leva tua marca fresca na epiderme. Faz-se ordem, o pedido do único e exclusivo freguês.
Se o meu corpo te convoca, me encho de provocações. Me faço doce ou picante, independente da tua ânsia.
Wednesday, April 04, 2007

Morri um pouco… Foi suicídio.
E pensar que anos de anestesia não foram suficientes. Meu escudo foi forjado à caramelo cristalizado (quem me pregou esta partida?).
A guerra travada foi ciente da derrota. O resultado, já o tinha, e nem por isso fugi à luta. Não entrei porque quis, mas está correto, em combate já era conhecedora de que esta não existiria sem sangue, sem o perdeDOR.
Contrapondo a conformidade, faço-me valer da notória realidade:
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Half
Débil, deixou-se esvair em lágrimas. Junto com o pranto, viu escoarem pelo ralo a lutadora, a forte, a perspicaz… Sucumbiu à segregação pela dor impingida em tal peleja.
Tantas… tantas em uma…
De nada adiantam muitas, onde existe a cobiça da metade. Metade de um que leve consigo vários. No ensejo, o forte doaria o peito e o braço, suficientes para proporcionar o sono dos justos.
…Porque somos várias feitas em uma, que não passa de metade do nada.
Tuesday, February 20, 2007
Lindo presente!

Dei-me inteiro para você
Esta musa, fonte, mulher
Não houve mais lábios que eu beijasse
Ilusão que eu não visse
Sonho que eu não sonhasse
Encanto, que não fosse o teu
Exigi o que não podia
Iludi-me com teus sonhos
Xinguei a solidão
Esparramei-me sobre você
Ignorei os avisos
Respirava teu ar
Agonizava longe de ti
Ganhei teu colo
Atendi ao teu canto
Rondei tua alma
Cheirava o teu cheiro
Imitava teus gostos
Amava você.
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Saturday, February 17, 2007
Anti-caixa de Pandora

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Os itens que preencheram o pequeno alforge – diga-se de passagem, têm-me feito deliciar há quatro dias com seus usos distintos – todos perfeitamente escolhidos na certeira concisão de serem usufruídos.
Segue a lista:
- 3 Patacas de ouro, uma em moeda local, para o uso corriqueiro, e duas inscritas com encantos milenares;
- 5 Quadriláteros para os dias de depressão;
- O trio ternura, enviado especialmente da Disney, para os dias de cansaço e pouca energia;
- Um cão feroz para proteger a torre em que vivo;
- Incenso, para os pequenos incidentes que se seguem aos dias de feijoadas;
- Um amor de sabonete, para o banho;
- O Astro Rei para iluminar e alegrar a torre em que vivo nos dias nublados – Possui um encanto ao se chocar à parede - AMEI!
… Para completar a fábula, um bom velhinho, constituído da mais saborosa matéria produzida pelas feiticeiras Helvéticas, para alegrar e elevar os níveis de serotonina.
Se encontrei regozijo nos singelos artefatos???
Para que conste, ando encantada, bem guarnecida com ouro e um cão guardião que me acompanha para todos lados, tenho uma explosão de luzes e deliciosas fragrâncias em meu lar, além de me tornar adocicada, cheirosa, com o humor em perfeito domínio, a libido vertiginosamente elevada em virtude das especiarias afrodisíacas ingeridas, e pudera, dormindo feito um anjo, rendendo-me ao sonho do dia em que o mensageiro me entregará o coração, até então reservado pelos deuses, renitentes no intuito de fazê-lo pairar somente onde terá domínio restrito.
…Com tanto aquecimento, nem um Iceberg está isento à liquefação.

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Friday, February 16, 2007
"E o pulso... Ainda pulsa?"

Sunday, February 11, 2007
A Espera

Como uma pluma solta ao vento… Assim tem sido o passar dos dias desde que o sopro se fez.
Leve, sobre montanhas, paira às vezes aqui e ali, reabastecendo com elocuções de um enredo mitológico.
Como um raio de sol… Tem sido o passar das horas desde que o grande dia foi revelado.
Iluminado, desvenda os minutos, demonstrado o ensejo que está a ser participado, cada vez mais quente. Nisso, o tempo escorre lentamente… Derrete feito cera, sob o calor lançado pelo Astro obstinado em favorecer a inquietação que causa o aguardar.
Vejo este filme passar como numa película em tons de Outono, aos poucos invadido por diversas cores, salpicadas cada vez mais, preenchendo a tela, provocando um sorriso inspirador em face ao momento final, sob a trilha sonora de não menos que Vivaldi - Spring.
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Saturday, February 10, 2007
Descoberta
Segunda vez que uma música toca o canto imaterial mais íntimo. Sei que chegou lá pela lágrima escorrida, sentindo as palpitações do órgão enternecido – já nem lembrava que sua função era bombear sangue –.
No fundo, descobri que sou uma sentimental.
… Aquecendo.
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Desabrochar
Atonita. Como estou em ver que os deuses realmente se encontram do meu lado. E parece que um deles tem um especial gozo em me fazer sorrir. Lê os meus desejos e puxa cordõezinhos.
Não há NADA que não desejasse de um semestre até a presente data, que não tivesse chegado às minhas mãos. Prendas materiais e outras impalpáveis, profissionais e outras sentimentais… Mas o que é isso???
Penso que foi o mesmo deus maroto que me arrancou um pedaço e cingiu entre os dedos “para ver em quantas dava” e viu que “esta, seria a mais dura entre as mulheres”. Doeu. Mas agora, para se redimir e amaciar – pois não gostou do resultado –, resolveu despejar afeições de uma só vez. Ele não tem senso de medida. Não me dá tempo para respirar. Não vê que promove um turbilhão de sensações extremas com essa atitude.
Mas sinceramente, pouco me importa. Estar à mercê desta experiência – as vezes sórdida, as vezes virtuosa – faz-me sentir viva.
Tenho gostado de me tornar esta planta com raízes bem assentes, com momentos de flor e momentos de espinhos, nestes não tenho me perdido. Agora, simplesmente deixo exalar perfume…
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Friday, February 09, 2007
Tuesday, February 06, 2007
Esqueça...
Ah... Rita e Paula, façam as vezes e traduzam em melodia "se faz o favor", as palavras que tanto me custam ???
Grata,
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*Ps- Que não tomem como direcionado. Este post é unica e exclusivamente por adorar a música e achar piada, uma vez que sou ciumenta.
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Thursday, February 01, 2007
Stress
Esmagador… Brutal. Sem dó, cada dia mais crítico e sedento.
Viaja, palpita, sem descanso.
Não pára, não dorme. Não contenta, muito menos aceita.
Cria isto e mais aquilo, mas onde está o tempo para tantas ideias???
24 Horas… um só braço… bem aventuradas seriam 30 - ao menos 5 delas serviriam para a desejada inércia – . Engana-te. . Seria o deleite “mais espaço para executar”, desdenhoso julgaria ele.
Inércia? A realidade que é mais próxima a indolência, companheira fiel dos momentos impacientes deste órgão incessante, quando se rende à insônia.
Negligencia tudo o que é preciso. Atraiçoa passeando por onde não deve, instigando.
Atacado de frenesi, deseja não obstante “Alargar o horizonte”. Atreve-se a buscar e a trabalhar cada vez mais.
É pouco, tudo é pouco…
Coitado deste, além de confinado num corpo feminino (dificultoso por natureza), não bastasse ainda, sob uma carcaça encoberta de loiras madeixas. Ironia do destino? – nestes casos, dizem que complicação pouca é bobagem –
Mirabolando o plano arquitetônico e maquiavélico que levará à auto-destruição, antevejo o triste fim do pobre encéfalo:
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Tuesday, January 30, 2007
Corri. Voei sobre minhas barreiras.
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Caminhei descalça sobre a senda que me foi dada. O senti mais minha que de qualquer um que pela mesma percorresse, pois deixei ali o rastro e a inconfundível impressão de contato com a pele.
Abracei a luz que me foi concedida, foi o que me fez caminhar.
Hoje, findo o destino, quero simplesmente contemplar.
Estou amando mais que nunca, sentindo como jamais. O remate.
Certo é que suspirei pelo amanhã, planejei isto e aquilo. Desejei ter e ser. Mas não... O caminho se acabou.
Não se vai violentamente minha existência. Por mais que desejo fosse, não penso que tinha “algo a acabar”... unicamente observar, lembrar... conjecturar.
Num murmúrio suave deixo toda a afeição que me impele a despedir.
Separo-me da vida deixando para quem duvidas tiver, que se um dia as palavras EU TE AMO a si foram arremessadas através de minha boca, é porque realmente fez a diferença em minha estrada. Não tomo pedras preciosas por simples cacos de vidro. Mas também não as guardo num cofre.
Aos amores futuros, deixo o pesar de terem sido simplesmente sonhados...
Aos amores eternos, rendo graças por estarem em meu caminho desde o primeiro ao último dia. E é por vossa, e somente vossa causa, que lágrimas no âmago do meu ser brotam.
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Thursday, January 25, 2007
Re-
Folhas e folhas de reconhecimentos, rabiscos, cômputos, e energia gasta em tal questão. Conclusão: “puta que la merda, eu já sabia disso”. Quem tem prazer no cálculo algébrico sabe que o gozo não está no resultado, mas nos caminhos que se toma para alcançar.
Infinitas possibilidades...
Não me incomoda o trabalho, mas sim a reprise. É onde praguejo e rotulo sim, o demônio nietzscheano com o Eterno Retorno. Onde já se viu figurar tal conluio para minha alma cansada???
Quanto mais se toma conhecimento da razão constate entre os termos, Chronos aperta os passos.
Viajar à velocidade da luz faz com que nada dure tempo suficiente para aquecer. Mas o “mano velho” é implacável. Não pára.

Ainda não entendi bem porque fui encontrar justo no frigorífico um porto seguro. Mais precisamente no congelador... Congela-dor.
E novamente vejo faísca… Vejo lenha.
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O único...
Autor: Juan Ramón Jimenez
(Tradução de Paulo Mendes Campos)
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De repente, jorrando de um peito que se parte
o jato apaixonado fende a sombra
– como a mulher que abrisse os balcões soluçando,
nua, para as estrelas - com anseio de morrer sem motivo,
que fosse vida louca, imensa.
E não regressa nunca mais – mulher ou água –
mesmo que fique me nós crepitando,
real e inexistente sem poder parar.
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Monday, January 22, 2007
Matriz

Não sou mulher. Meu ventre ainda não germinou.
O medo de não poder sê-lo por completo era tal, que coração bateu mais forte diante da carta em resposta às análises de fertilidade
- Antecipadas e desnecessárias -
Nunca tentei. Minha alma grita por completar o ciclo natural, mas ainda falta tanto... e tanto...
Não é tempo. Não tenciono produção independente, e pouco estou me importando em encontrar um progenitor. Não é algo que será planejado de forma unilateral ou com a frieza que levo para as demais áreas da minha vida.
De momento me perturbaria e até desmantelaria o curso das metas que tenho a cumprir. Por isso não cogito.
... Mas quero. Quero ser a fêmea caridosa e desvelada, a origem, o elo de algo concebido com amor e que venha como complemento.
Sou muito minha, somente minha, e não de quem deseja. Almejo ser de quem me tornar mulher. Se isto acontecer, renunciarei.
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Friday, January 19, 2007

Hoje esqueci em casa o livro que já vai pela metade.
Odeio quando isso acontece.
Fui obrigada a reparar em pessoas. Peguei o jornal do metro - que até então só repetia as "novidades" do Euronews - Tédio.
Quando já ia a meio de maldizer, fez-se Luz.
Um gesto que me ampara, rouba a cena. Recebi um sorriso e mão esticada que anteciparam-se a uma provável queda. Atentei ao olhar. Fechei o jornal e decidi observar.
Apreciei o Mundo à minha volta, ouvi pessoas e suas narrativas, dialoguei com olhares e retribuí sorrisos. O comboio ia à beira do Tejo, e aos poucos que o rio em mar se tornava, o reflexo intermitente do Sol naquelas paisagens fizeram-me viajar sem estar alheia ao ambiente. Diferentemente do trajeto que faço submersa num universo de pequenas letras impressas numa folha.
Dia atípico, dia do pormenor. Resolvi exercitar os 4 sentidos.
A viagem fez-se num piscar de olhos. Imensidão de segundos que abarcaram infinidades de sensações.
… Bendita hora que esqueci o livro na estante.
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Ups... Então quer dizer que...
Autor: Max Gehringer (Revista Exame)
Foi tudo muito rápido. A executiva bem-sucedida sentiu uma pontada no peito, vacilou, cambaleou. Deu um gemido e apagou. Quando voltou a abrir os olhos, viu-se diante de um imenso portal. Ainda meio zonza, atravessou-o e viu uma miríade de pessoas. Todas vestindo cândidos camisolões e caminhando despreocupadas. Sem entender bem o que estava acontecendo, a executiva bem-sucedida abordou um dos passantes:
- Enfermeiro, eu preciso voltar urgente para o meu escritório, porque tenho um meeting importantíssimo. Aliás, acho que fui trazida para cá por engano, porque meu convênio médico é classe A, e isto aqui está me parecendo mais um pronto-socorro. Onde é que nós estamos?
- No céu.
- No céu?...
- É.
- Tipo assim... O céu, CÉU...! Aquele com querubins voando e coisas do gênero?
- Certamente. Aqui todos vivem em estado de gozo permanente.
Apesar das óbvias evidências (nenhuma poluição, todo mundo sorrindo, ninguém usando telefone celular), a executiva bem-sucedida custou um pouco a admitir que houvesse mesmo apitado na curva. Tentou então o plano B: convencer o interlocutor, por meio das infalíveis técnicas avançadas de negociação, de que aquela situação era inaceitável. Porque, ponderou, dali a uma semana ela iria receber o bônus anual, além de estar fortemente cotada para assumir a posição de presidente do conselho de administração da empresa. E foi aí que o interlocutor sugeriu:
- Talvez seja melhor você conversar com Pedro, o síndico.
- É? E como é que eu marco uma audiência? Ele tem secretária?
- Não, não. Basta estalar os dedos e ele aparece.
- Assim? (...)
- Pois não?
A executiva bem-sucedida quase desaba da nuvem. À sua frente, imponente, segurando uma chave que mais parecia um martelo, estava o próprio Pedro.
Mas, a executiva havia feito um curso intensivo de approach para situações inesperadas e reagiu rapidinho:
- Bom dia. Muito prazer. Belas sandálias. Eu sou uma executiva bem-sucedida e...
- Executiva... Que palavra estranha. De que século você veio?
- Do 21. O distinto vai me dizer que não conhece o termo "executiva"?
- Já ouvi falar. Mas não é do meu tempo.
Foi então que a executiva bem-sucedida teve um insight. A máxima autoridade ali no paraíso aparentava ser um zero à esquerda em modernas técnicas de gestão empresarial. Logo, com seu brilhante currículo tecnocrático, a executiva poderia rapidamente assumir uma posição hierárquica, por assim dizer, celestial ali na organização.
- Sabe meu caro Pedro. Se você me permite, eu gostaria de lhe fazer uma proposta. Basta olhar para esse povo todo aí, só batendo papo e andando à toa, para perceber que aqui no Paraíso há enormes oportunidades para dar um upgrade na produtividade sistêmica.
- É mesmo?
- Pode acreditar, porque tenho PHD em reengenharia. Por exemplo, não vejo ninguém usando crachá. Como é que a gente sabe quem é quem aqui, e quem faz o quê?
- Ah, não sabemos.
- Headcount, então, não deve constar em nenhum versículo, correto?
- Hã?
- Entendeu o meu ponto? Sem controle, há dispersão. E dispersão gera desmotivação. Com o tempo isto aqui vai acabar virando uma anarquia. Mas nós dois podemos consertar tudo isso rapidinho implementando um simples programa de targets individuais e avaliação de performance.
- Que interessante...
- Depois, mais no médio prazo, assim que os fundamentos estiverem sólidos e o pessoal começar a reclamar da pressão e a ficar estressado, a gente acalma a galera bolando um sistema de stock option, com uma campanha motivacional impactante, tipo: "O melhor céu da América Latina".
- Fantástico!
- É claro que, antes de tudo, precisaríamos de uma hierarquização de um organograma funcional, nada que dinâmicas de grupo e avaliações de perfis psicológicos não consigam resolver.
- !!!... ???... !!!...???... !!!...
- Aí, contrataríamos uma consultoria especializada para nos ajudar a definir as estratégias operacionais e estabeleceríamos algumas metas factíveis de leverage, maximizando, dessa forma, o retorno do investimento do Grande Acionista... Ele existe, certo?
- Sobre todas as coisas.
- Ótimo. O passo seguinte seria partir para um downsizing progressivo, encontrar sinergias high-tech, redigir manuais de procedimento, definir o marketing mix e investir no desenvolvimento de produtos alternativos de alto valor agregado. O mercado telestérico, por exemplo, me parece extremamente atrativo.
- Incrível!
- É óbvio que, para conseguir tudo isso, nós dois teremos que nomear um board de altíssimo nível. Com um pacote de remuneração atraente, é claro. Coisa assim de salário de seis dígitos e todos os fringe benefits e mordomias de praxe. Porque, agora falando de colega para colega, tenho certeza de que você vai concordar comigo, Pedro. O desafio que temos pela frente vai resultar em um turnaround radical.
- Impressionante!
- Isso significa que podemos partir para a implementação?
- Não. Significa que você terá um futuro brilhante, mas se for trabalhar com o nosso concorrente. Porque você acaba de descrever, exatamente, como funciona o Inferno...
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Tuesday, January 16, 2007
Enxergar??? Eis a questão!

Queria dar crédito à carochinha…
Bem queria esperar que a Rapunzel saísse da masmorra em um ápice de desfrute, escoltada pelo viril príncipe viajante de terras longínquas.
Duro é saber que afinal são “contos”.
Não fantasio com sonhos impossíveis, mas adoro mergulhar por onde navega o subconsciente, intentando ponderar isto ou aquilo de modo a tangenciar o “possível”.
Pena ter aprendido ainda cedo que não é o coelho que traz os ovos de chocolate. Mesmo assim, tivesse acreditado, talvez hoje não estaria nesta jornada eremítica.
Valha-me Deus!!! Escamas nos olhos é que não quero ter.
- Quanta dicotomia -
Está bem… Quem sabe amanhã aprendo que tudo o que sei não passa de conspiração desta massa cinzenta que ainda insiste em exercer certas funções?
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Lembrança
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...Veio o gosto da água fresca do filtro de barro.
12 primaveras.
O reflexo turvo do vestido florido, estampado no chão vermelho que acabara de lustrar. Pés no chão, rebelando-se ao que ralhava a voz materna.
Cabelos soltos e esvoaçantes nunca por tesoura decorridos, bem como o coração.
Era a menina Pandora, que avistava pela janela a estrada de terra do outro lado da serra. Poeira se levantava no momento que um carro por ali passava - tal e qual sua irrequieta curiosidade acerca do futuro - quando esta baixava, vislumbrava verdes prados.
Tudo sob o tórrido Sol de verão daquele País Tropical.
Asa Branca embalava em notas harmoniosas, mas não muito nítidas saídas de uma antiga radiola, da humilde casinha de madeira que se instalara a duras penas, no terreno baldio ao lado. Família humilde. Crianças com pés descalços não por rebeldia. Chão de piso batido, onde sequer engendrava-se o uso de cera. A fome era patente. Ao ritmo de Luiz Gonzaga a menina que assistia a cena “… perguntava óh Deus do céu, porquê tamanha judiação ? ...”.
Mal sabia o que era contexto.
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Friday, December 29, 2006
Go Away!

… Tu não passas de um passado que já não resplandece.
A vela que aqui dentro ainda poderia chamejar, fiz questão de apagar. Com a ponta dos dedos, senti o escaldar e a intensidade do lume na pele.
Não pises mais os caminhos por onde deixo minhas marcas. Estes são meus por direito e não quero mudá-los. Os teus, ao contrário do que previ, não foram indeléveis.
Não quero que se lembrem de mim quando já não faço parte. Pouco me importa o que acontecerá com a carne assim que a alma já lá não estiver.
Que queimem meu cadáver, ou simplesmente o abandonem. Já não importa quando a alma lá não residir.
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Thursday, December 28, 2006
Todo e qualquer desejo está intimamente ligado à admiração.
Impossível almejar o que não nos chama a atenção. Há que existir o chamariz.
Da mesma forma acredito, que nesta vida tudo gira em torno do interesse. Seja ele qual for, é o que nos move. Difícil ver quem assim o diga. Geralmente, encapados pelo falso moralismo, nunca há descaradamente a relação da contrapartida.
Tudo acontece muito subtil, devagar… O lentamente diminui drasticamente o impacto do “era isso que eu pretendia”.
… E perde-se tanto tempo nesta jogatina… Tsck Tsck
Mas olha só que engraçado. Até neste ponto existe a contrapartida. Tiramos proveito dessa embromação toda com as fases da conquista. Enquanto não se sabe quais são os resultados, criam-se cenários e expectativas e a sensação do “vem aí” causa até, diria eu, uma contida euforia.
É vício. Já que tem de ser assim, então que venha o lucro da situação. E cá entre nós, é tão bommmmmm. Do melhor que há. Nada que viesse na bandeja assumiria mesmo valor.
Então por aqui, vou eu trilhando os caminhos do Gil… “Há de surgir, uma estrela no céu cada vez que ocê sorrir”
*Para ouvir:
Estrela – Gilberto Gil
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Tuesday, December 26, 2006
Convívio Fraternal???

Detesto essa merda.
Me sinto praticamente obrigada a demosntrar que lembro de todos que na realidade, nunca me esqueço por serem importantes a mim.
Nunca comemorei o natal. Ok… uma vez comemorei e moooooito, mas de peculiar forma e a dois.
Mas… Se passar fulano ou ciclano sem que as desejosas felicitações ali esbarrem, já é motivo para ter em atenção.
Está bem, está bem… Não sou hipócrita a ponto de dizer que não gostei dos inúmeros presentes que me chegaram neste ano, mas me sentir sujeita a retribuir prendinhas e sorrisos é o que me mata. Gosto de quando as coisas fluem pura e simplesmente.
Adoro presentear, mas gosto de surpreender a mim e a quem tento agradar. O que odeio é a obrigatoriedade que este período traz. A quem me é importante e vice-versa, não é só nesta época que trocamos afetuosidades.
Já agora… Ho Ho Ho e FELIZ 2007 a TODOS que esqueci de desejar, ou não deu tempo (vem a desculpa esfarrapada em seguimento ao delito). Pronto… sinto-me livre.
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Monday, December 18, 2006
In my dreams...
Já matei quem muito amava, já fugi, voei, na infância brinquei com o que queria ganhar, cheguei nos pontos a que queria em adulta e também apareci nua na escola, já sorri e já chorei, até iniciação sexual provei em meus sonhos. Em cada um deles, tive a real sensação.
Gosto de “sonhos de ação”, onde sou a protagonista como na vida pessoal, porém com o toque mágico de poder estar como, com quem e onde o inconsciente manda.
Não se distingue o verdadeiro do fantasioso no momento em que as pestanas se unem. Quando despertos, sempre há uma deixa para saber o que leva o subconsciente… Se a experiência não se mostra trágica, resta a sensação de saudosismo.
Tenho tido um sonho recorrente. Aliás, recorrente não é o sonho, mas a presença de quem não posso estalar os dedos para que todo um curso de racionalizações transforme-se e nos una.
Bom disso, é que permanentemente me faz companhia quem já não está ao meu lado… Sinto, cheiro, divirto, brigo e vivencio conjuntamente situações do dia-a-dia numa doce brincadeira. Ao abrir dos olhos, resta a sensação de “que passamos hoje”.

Perfeito.
…E lá vou eu, mais uma vez, entregar o domínio da consciência à almofada.
Saturday, December 16, 2006
"Jobs"
“Qual o teu ídolo?” “ O que te agrada, e é definição de beleza em um homem?” “ Qual actor masculino julga ser o mais belo?” “ Exemplo que se aproxime da perfeição física e psicológica?”
Mas se há uma figura que muito admire, certamente é Steve Jobs.

Perseverança, espírito empreendedor e gosto pelo que faz, são alguns dos distintivos que me capturam a atenção por um bom tempo neste visionário. Ainda mais que o tipo encontra-se em minha área de eleição: Administração empresarial.
Admiro muiiiito, mas não idolatro.
Talvez isso se justifique pelo facto de identificação e reconhecimento no que leio e vejo em entrevistas pessoais e descrições biográficas. Certo é, que também acompanho seu desenvolvimento estratégico com avidez.
Tenho consciência do que me inebria neste caso. A paixão profissional. É daquelas coisas que só quem encontra, sabe o prazer do que é mover montanhas para estar ao alcance. Mesmo depois de derrotado, mesmo sem o poder de fazer acontecer como se quer, embate-se em caminhos aleatórios que levam à concretização causada pelo entusiasmo inicial. Steve é prova disso.
Conheço muita gente que trabalha na área que se formou, mas não passa de marionete da profissão, ou dos passos que geralmente patrões ou “recomendantes” possibilitam que se dê (vulgarmente são frustrados, e tentam compensar a falta com o título acadêmico). Um indivíduo nesta situação, posso vê-lo como profissional? Penso que seria melhor dizer... adestrado.
Thanks God! Deste mal não sofro. Ser formada em exatas não me impeliu a exercer. Joguei para o alto e me ajustei à humanas no setor de apoio à área da saúde. AMO o que faço.
O como se vê, o segredo está na paixão.
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Thursday, December 14, 2006
A Conquista

A comemoração é aqui dentro, única, minha.
Nada, nem ninguém vai me tirar este dia.
Não vou sair prá rua soltando fogos de artifício, não vou levantar um copo frente a outro, muito menos gritar aos quatro ventos.
Vou comemorá-lo da forma que conquistei. Absolutamente só.
E é com a introspecção que brindarei a impagável sensação de realização. Saúdo por não ter deixado escapar o “fio da meada” quando me senti fraca e sozinha.
Sim, minha celebração é com a única pessoa que sei que não me deixará de lado e sempre estará em minha companhia, mesmo em momentos de puro desapontamento: EU
A sensação de conquista aflorou o narcisismo, e aproveito a deixa para declarar minha paixão mais antiga. Realmente gosto do EU. Gosto de quem fui, amo quem sou e estou segura de que esta parcialidade não se esvairá no futuro.
Estou provando a felicidade de forma singular e independente.
Não há o "senão".
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Tuesday, December 12, 2006
A Arte Reproduz a Vida

Neste fim-de-semana em um curso re-conheci o “House” da medicina dentária. Já o tinha encontrado em vários outros eventos da área e tbm em situações menos formais, em que o instrumento básico é um copo, e a dissertação não passa de piadas e palavras desprendidas de rigor. Mas foi desta vez que ocorreu o “clik”. House, você me lembra o House.
“ah Dr., diga-me que não querem fazer disso ‘o point’. Nestes casos, quando quero reconhecer até que ponto chega o mal, uso a super-cola (vulgo super Bonder), e olha, já obtive magníficos resultados, funciona como nenhum, se não for assim, ao menos já se sabe qual é o caminho a não se seguir”.
Está se borrifando para os metódicos que estão à volta. Há há há Restam as gargalhadas e um aceno positivo do palestrante.
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Thursday, December 07, 2006
Monday, December 04, 2006
Presságio
Existe um homem que me encanta, inspira e é até capaz de me fazer aceitar pontos de vista diferentes de um Mundo que vejo particular.
É misto de saberes e sabores que inevitavelmente agrada a qualquer um. Uma relíquia que posso contemplar e ter o prazer de saborear da doce e rara companhia.
Homem com alma feminina… Meu oposto. Alma esta, que sustenta o que falta na minha ( o romantismo em forma de pura poesia).
Sei que não é o nosso tempo, ele também o sabe. Sei que viemos em épocas desencontradas, ele também o sente. Igualmente sabemos que nosso futuro não é paralelo, mas isso é o que possibilita haver ponto de convergência. Pode até não haver, mas na troca dos olhares cúmplices existe o prenúncio do amanhã.
Podemos nunca vir a sentir o gosto um do outro, mas a sinergia do que nos rodeia é tal, que mesmo sendo imaterial, tange que seria o deleite.
Estranhamente desta vez não tenho pressa. Descomunalmente desta vez não quero fazer acontecer.
Não é amor, não é paixão nem tesão. Imã.
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Thursday, November 16, 2006
Sunday, October 29, 2006
El Amor Después del Amor

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O tempo passa e transforma os amantes de outrora em pessoas naturalmente estranhas. Principalmente quando o ponto motor de tudo é a desilusão.
Algo como “aquele alguém que eu conhecia está morto”, submerge no reconhecimento do que foi e é.
Diferentemente de quando se nutre sentimento de raiva, dor ou algo que moleste a ponto de se intentar rematar o puzzle embaralhado, com ou sem guerrilha.
O outro só morre quando não se fala da ferida com dor, quando os pormenores do que se passou deslizam ao lado de forma natural, e não tornam cenas e detalhes com a singularidade do momento vivenciado. Continua-se gostando das mesmas coisas, porém, sem a particularidade que o romance conferia.
Acredito indubitavelmente que a adaptação seja possível a todos que acatam essa morte. Nada, nem ninguém é insubstituível, tirando-se laços de consanguinidade, pelos óbvios motivos.
Quando se sofre por amor, é preciso permitir que a ferida se cure. É como morrer junto, mas depois da morte, regressar do inferno à vida quando esta nos puxa o tapete, acreditando no porvir.
Como diria Fito Páez:
“…el perfume que lleva al dolor
en al esencia de las almas
en la ausencia del dolor…”
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